segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Aldeias históricas de Portugal



                        

No centro de Portugal, mais propriamente na Beira Interior, escondem-se 12 aldeias históricas estrategicamente alinhadas ao longo da fronteira com Espanha, onde se travaram batalhas entre castelhanos e portugueses; onde há muralhas, castelos e torres donde se vigiavam as terras
 em redor; onde é possível ver casas medievais e percorrer ruas do tempo dos primeiros reis de Portugal. 
Apesar de recentemente recuperadas, as aldeias são na sua maioria terras perdidas no tempo, 
quase desertas, com uma população maioritariamente idosa que o receberá comolhares curiosos,
 à espera de uma conversa que lhes suavize o dia-a-dia.Se as quiser visitar todas, deverá 
guardar pelo menos quatro dias completos para o fazer. Não lhe vamos dizer o que deve ver em
 cada uma, porque o prazer de conhecê-las assenta em perder-se pelas suas calçadas medievais
 e descobrir por si próprio o que escondem. Não se preocupe: as localidades são pequenas e não
 lhe vai escapar nada se não levar um mapa ou um guia de viagem.Deixamos-lhe, pois, apenas
 uma breve descrição de cada aldeia, numa ordem que reflete a nossa preferência pessoal.

Pelas serras fora, a caminho das aldeias

1. Sortelha

É uma das aldeias mais antigas do país, do tempo de D. Sancho II, o quarto rei de 
Portugal. Vale a pena subir às muralhas que rodeiam a zona histórica, onde um
 castelo vigia as casas e calçadas de granito.




 

2. Marialva

Assente no alto de rochedos, esta pequena aldeia foi uma importante praça militar
 na Idade Média e ponto de passagem do caminho de Santiago. Ao contrário de
 outras aldeias onde se recuperaram casas e monumentos, em Marialva optou-se
 por manter a cidadela no interior das muralhas em ruínas, o que nos faz recuar
 nostalgicamente no tempo. 


3. Monsanto

À semelhança de quase todas as outras, esta aldeia foi totalmente construída em pedra
 granítica. Por ela passaram romanos, depois visigodos que foram conquistados por 
mouros, por sua vez conquistados pelo primeiro rei de Portugal, que a doou à Ordem
 dos Templários. A aldeia oferece dos cenários mais interessantes que se podem
 encontrar em Portugal, tanto em termos arquitetónicos como paisagísticos. A custosa
 subida a pé até ao castelo, passando por pedregulhos de granito que servem muitas
 vezes de paredes e telhado às casas, é compensada por uma das mais deslumbrantes
 vistas sobre a região. 


4. Piódão

É provavelmente uma das aldeias históricas mais conhecidas do nosso país. Rodeada 
pela paisagem verdejante da Serra do Açor e assente em socalcos, faz lembrar um
 presépio onde sobressai uma igreja branca no meio de casas de xisto, com portas e
 janelas pintadas de azul.




5. Castelo Rodrigo

A pequena aldeia, situada no topo de uma colina, deve o seu nome ao conde Rodrigo 
Gonzalez de Girón, a quem foi doada pelo rei D. Afonso IX de Leão, tendo-se tornado
 portuguesa com D. Dinis. Apesar de ser uma das aldeias mais bem recuperadas, ainda
 conserva em ruínas o enorme palácio no alto do monte, a que o povo pegou fogo devido
 à traição de Cristovão de Moura, seu senhor, a favor de Castela, assim como o brasão
 invertido, outra marca da deslealdade da nobreza aquando da Restauração da
 Independência portuguesa.


6. Linhares da Beira 

É o seu castelo que nos chama primeiro a atenção, ao longe, ainda antes de se chegar 
à aldeia. Visto de perto, somos surpreendidos pelo facto de assentar sobre um enorme 
penedo. Também o resto da aldeia é todo de pedra, sendo um prazer calcorrear as suas
 ruas bem cuidadas, onde terá andado D. Afonso Henriques.


7. Castelo Mendo

As muralhas medievais em redor desta aldeia protegem as ruínas de um castelo e
 escondem casas simples e ruas estreitas onde ninguém caminhava na altura em que a 
visitamos, o que não deixa de ser irônico se pensarmos que foi aqui que se realizou a
 primeira feira em Portugal, no tempo de D. Dinís. Apesar de penosamente deserta, ou 
talvez por isso, é uma das aldeias históricas mais genuínas de Portugal.


8. Idanha-a-Velha 

Ao percorrer esta aldeia, sentimo-nos num museu ao ar livre passando por vários 
vestígios dos povos que a ocuparam desde Romanos, Suevos, Visigodos e Muçulmanos, 
até ter sido tomada por D. Afonso Henriques, que a doou aos Templários para ser
 repovoada.


9. Castelo Novo 

O nome desta localidade deve-se ao castelo, construído no século XII, a que foi dado o
 nome de “novo” por ter substituído um outro que não defendia devidamente o lugar. Das
 suas torres vê-se a Serra da Gardunha ao redor, assim como belos exemplares de casas senhoriais no interior das muralhas.

 

10. Trancoso 

É logo a entrada na vila que impressiona, pela antiga Porta d’El Rei, entre duas torres de
 pedra simétricas. O rei é D. Dinis que aqui se casou com Isabel de Aragão, no séc. XIII.
 No seu interior, as ruas preservam o ambiente medieval, assim como algumas casas de
 judeus que aqui se estabeleceram dois séculos depois. Entre eles, destacou-se o
 misterioso Bandarra que, como se lê na estátua em sua homenagem, foi “poeta, profeta
 e sapateiro de Trancoso” e, mais tarde, fonte de inspiração para muitos escritores, entre
 os quais Fernando Pessoa.
 

11. Belmonte 

Apesar de integrada na rede das Aldeias Históricas de Portugal, não tem o ambiente
 intimista e aconchegante das anteriores. A sua importância advém de aí ter nascido
 Pedro Álvares Cabral, que em 1500 descobriu o Brasil, e de nela se ter fixado a primeira comunidade judaica do país, no séc. XV. Nas ruínas do antigo castelo, sobressai uma
 elegante janela manuelina, onde estão representados a esfera armilar, símbolo das
 descobertas marítimas, e o brasão dos Cabrais, onde figuram duas cabras. Nos
 arredores, destaca-se uma invulgar torre romana.
Castelo com a sua janela manuelina
Torre romana, perto de Belmonte

12. Almeida

Esta vila medieval é mais bonita vista do ar, já que as muralhas que a rodeiam parecem
 uma estrela de doze pontas. Em terra, é possível percorrê-las a pé, seguindo as pisadas
 dos soldados que noutros tempos nela lutaram durante as Guerras da Restauração e as
 Invasões Francesas.
 

E ainda...

Penha Garcia

Se visitar Monsanto e Idanha-a-Velha, vale a pena dar um saltinho até aqui, não só pela 
aldeia em si, mas sobretudo pela vista singular a partir do seu castelo em ruínas. Se
 ainda tiver pernas, poderá descer ao fundo do vale para visitar alguns moínhos de água
 ou para seguir a rota dos fósseis, inserida no Geoparque Naturtejo.
Vista a partir do castelo de Penha Garcia

Folgosinho

Finalmente, se quiser juntar ao passeio uma refeição inesquecível, propômos-lhe o 
restaurante "O Albertino", situado em Folgosinho, localidade onde terá nascido o
 lendário Viriato. 
Castelo de Folgosinho



Sem comentários:

Enviar um comentário

Como adquirires produtos da Jeunesse

Seja o seu próprio chefe com a Jeunesse

Seja o seu próprio chefe com a Jeunesse Como empregado, como é que se sente com a sua situação? Sente-se preso na escravidão d...